A Rainha Vermelha - Victoria Aveyard

30.10.15



Sinopse
O mundo de Mare Barrow é dividido pelo sangue: vermelho ou prateado. Mare e sua família são vermelhos: plebeus, humildes, destinados a servir uma elite prateada cujos poderes sobrenaturais os tornam quase deuses.

Mare rouba o que pode para ajudar sua família a sobreviver e não tem esperanças de escapar do vilarejo miserável onde mora. Entretanto, numa reviravolta do destino, ela consegue um emprego no palácio real, onde, em frente ao rei e a toda a nobreza, descobre que tem um poder misterioso… Mas como isso seria possível, se seu sangue é vermelho?

Em meio às intrigas dos nobres prateados, as ações da garota vão desencadear uma dança violenta e fatal, que colocará príncipe contra príncipe — e Mare contra seu próprio coração.

BookTrailer 



    O sangue que corre nas veias de Mare Barrow é vermelho. 

    Embora para nós isto não seja nada, no mundo de A Rainha Vermelha esta é a diferença entre ter uma vida de trabalho pesado e ter uma vida de luxo. 

    Como vermelha, sua vida só tem dois caminhos: ou se torna aprendiz de algum ofício até ser capaz de exercer-lo sozinho, ou, por ser uma "desocupada", é convocada a servir no Exército para lutar na terrível guerra que já se estende há mais de 100 anos. Para infelicidade de Mare, ela não possui nenhuma trabalho de aprendiz e tem tem expectativa de arranjar um, afinal, ninguém deseja o destino de morte certo que é a guerra e por isso trabalhos são escassos. 

    Cada dia mais próxima de seus 18 anos, idade na qual será levada, Mare faz a única coisa que consegue para ajudar sua família antes de partir: rouba. Ela passa seus dias observando as pessoas para escolher as vítimas de suas mãos leves. Sua família, porém, não aprova seu "hobby" e vivem comparando ela com sua irmã, uma aprendiz de bordadeira, aquela que será responsável por salvar todos de sua família. Apesar disso, Mare continua a roubar no esforço de ajudar sua família que vive em um estado precário. 

    Um acidente com o mestre de seu amigo de infância, porém, muda tudo e a faz tomar uma decisão perigosa, que, após alguns desfechos leva sua irmã mais nova a perder seu trabalho de aprendiz. Em desespero por acreditar ter destruído o futuro de sua irmã e de sua família, Mare foge e faz a única coisa que sabe: rouba. Descuidada, porém, ela é pega por um rapaz que resolve não só ajuda-la, mas também escuta em silêncio sua história cheia de desesperança. 

    A partir daí a história é cheia de reviravoltas. 

    Primeiro ela é intimada a trabalhar no palácio de verão do rei, justamente no dia da Prova Real: o dia no qual as damas das casas nobres se apresentam seus poderes em uma arena. Sim, poderes! Isso porque eles são prateados e não só possuem sangue prateado, como também cada família possui uma habilidades especial, seja explodir as coisas com o toque, manipular o fogo ou ler mente (entre muitos outros). 

    Depois, enquanto Mare atendia uma das famílias ela é lançada na arena e acaba descobrindo, na frente de todos, possuir um poder que não deveria. Para encobrir o fato de uma vermelha possuir um poder que apenas os prateados deviam ter e por não poderem mata-la, a família real decide apresenta-la como a filha perdida de uma família nobre prateada extinta e promete-la ao príncipe real mais novo, Maven, para mante-la na linha.   

    Embora o livro discorra muito sobre essa parte de adaptação da Mare a sua nova vida cheia de regras e a presença dos dois príncipes, ele também aborda traições, intrigas e lutas, não se limitando ao aspecto cinderela da história.

    O livro no começo me fez muito ir pelo ponto de vista da personagem principal, mas logo consegui me desvincilhar das opiniões dela. Embora tenha a vida sofrida e destino certo, conforme o livro vai avançando fica bem evidente a imaturidade da Mare: ela acusa os príncipes de se fazerem de vítima e ela mesma se faz de vítima; julga todos os prateados "iguais", apesar de ser confrontada com uma realidade bem diferente da "realeza prateada" que acreditava antes; além das diversas faltas de reação dela - senhor, decida algo, tenha alguma reação! 

    Alias, a parte "romântica" do livro eu senti que ficou BEM superficial. A autora até tentou fazer o aprofundamento no relacionamento da Mare com os príncipes, mas não funcionou ao meu ver. Em alguns momentos ela parece completamente estática e indiferente (sério, se alguém te beija você simplesmente fica lá, existindo? NÃO), em outros, é cheia de opiniões e julgamentos. Maior parte do livro ela parece não saber o que está fazendo ou simplesmente não fazendo NADA que faça muito sentido. Faça algo mulher! (além de merda, é claro).

    A heroína não é bem uma heroína e ela diz isso desde o começo, mas para ver isso é preciso não se deixar levar pelo ponto de vista dela, através de quem acompanhamos a história. Porém, inevitável dizer que acabamos concordando que ela realmente está longe de ser uma heroína quando descobrimos onde tudo vai levar e caímos na real de tudo que ela fez durante a história (e que não parecia nada na hora). 

    Alias a autora já nos diz o que vai acontecer no final do livro lá pela metade da história, mas assim como a personagem principal, ignoramos completamente.

    Nada é o que parece. 

    E é isso mais o misto de inúmeras reviravoltas que dá ao livro a habilidade de nos deixar levar pelo que está acontecendo no momento e grudar nele, não soltando até terminar.




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