Chicago Typewriter - Dorama
Han Se Joo é um famoso escritor best seller que um dia viaja para Chicago e encontra uma antiga máquina de escrever coreana que o atrai (mas o dono se recusa a vender). Ao voltar para a Coréia, ele conhece Jeon Seol, uma veterinária e ex-atiradora a nível olímpico que tem lembranças de sua vida passada e é sua fã número um. Coisas estranham começam a acontecer. Han Se Joo tem um bloqueio criativo que o impede de terminar seu próximo livro e acaba encontrando o misterioso Yoo Jin Oh agindo como seu ghostwritter*. Logo ele começa a ter lembranças de sua vida passada durante a ocupação da Coreia pelos japoneses na década de trinta e descobre que seu livro está intimamente ligado a isso.
*É um termo que significa escritor fantasma e é geralmente utilizado para descrever um escritor que trabalha em segredo para outro escritor. Ele é responsável por escrever de fato o livro que levará o nome do escritor que o contratou.
Abertura
Ficha Técnica
Nome Original: 시카고 타자기 (Sikago Tajagi)
Nome em inglês: Chicago Typewriter (título literal)
Tradução livre do nome: Máquina de Escrever Chicago
Diretor: Kim Cheol-Kyu
Escritor: Jin Soo-Wan
Episódios: 16
Exibição: 07/04/2017 ~ 03/06/2017
Tradução livre do nome: Máquina de Escrever Chicago
Diretor: Kim Cheol-Kyu
Escritor: Jin Soo-Wan
Episódios: 16
Exibição: 07/04/2017 ~ 03/06/2017
Emissora: tvN
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Este não é um dorama que eu escolheria normalmente, mas de tanto aparecer no meu feed, resolvi arriscar. Quando terminei de ver a abertura tive certeza de que tinha tomado a decisão correta.
Chicago Typewriter foi uma agradável surpresa. A série trás um plot inovador, diferente de tudo que eu já havia assistido e usa e abusa da mudança entre cenas do passado e do presente para criar uma expetativa viciante sobre o que vai acontecer. O dorama tem de tudo um pouco
A história se passa ao mesmo tempo nos dias atuais e na década de 1930, época da ocupação japonesa na Coréia.
Uma pulada rápida na história: o período colonial japonês na Coréia começou em 29 de agosto de 1910, quando o tratado de anexação Japão-Coréia foi assinado, e durou até 15 de agosto de 1945. Foram 35 anos de sofrimento sob o domínio japonês nos quais os coreanos foram obrigados a adotarem nomes japoneses e proibidos de falarem ou escreverem em coreano. Além disso, eles sofreram violencias extremas em campos de trabalhos forçados e muitas mulheres foram obrigadas a se tornarem escravas sexuais chamadas de "mulheres de conforto". O simples ato de manter um livro escrito em coreano significava arriscar sua vida. Durante este período, os combatentes da independência da Coréia lutaram para conquistar a independência. Foi uma época bastante delicada da história para eles e até hoje ainda remanesce rancores, pois o Japão nunca se desculpou / os compensou oficialmente. Como descendente de japoneses, sempre ouvi meu pai dizer que japoneses e coreanos não se dão bem por causa disso. Não é tão extremo hoje em dia, mas basta estudar um pouco de história para saber que certos rancores não são tão fáceis de se extinguir. Mas voltando ao dorama...
Ele começa com o seguinte discurso de Han Se Joo para uma entrevista nos dias atuais:
"Um escritor não usa apenas a cabeça. Ele usa suas mãos, seus pés e sua bunda para escrever. De vez em quando, para se tornar o personagem em sua obra, ele até usa disfarces. O que ele faz quando fica com bloqueio criativo? Quem sabe? 'Bloqueio criativo é um termo elegante inventado por reclamões para que possam ter um motivo para encherem a cara'. Oh, estas palavras não são minhas e sim de Steve Martin, ator e roteirista. Mas eu concordo completamente".
Sim, Han Se Joo (Yoo Ah In) é esnobe, arrogante, narcisista e excêntrico. Não é todo mundo que olha para o jardim, o acha triste e por isso resolve criar um cervo. Demorei um tempo para perceber que o ator era o mesmo para a versão do passado e do presente. Sério, gente, o que um cabelo não faz!
Ele não é um dos personagens mais agradáveis da vida no começo, mas acho que isso vale para a Jeon Seol também. O apego a eles é construido ao longo dos episódios, quando você passa a entender mais sobre eles.
Enquanto ele está fazendo uma turnê em Chicago graças ao seu último bestseller, ele é atraído por uma máquina de escrever antiga coreana. Só de vê-la, imagens invadem sua mente. Nestas ele está escrevendo naquela mesma máquina de escrever quando uma mulher coloca esta belezinha na mesa:
e pergunta "Sabe qual é o apelido desta arma?". Ele responde "Quem sabe? O que é isto?" e ela explica "Dizem que o som dos tiros é semelhante ao som de uma máquina de escrever, então é chamado de 'Chicago Typewriter'"!!!! Sim!! O coração até bate mais forte quando vemos o nome do filme/série/dorama ser mencionado, é lindo!
Descobrimos então a origem muito bem pensada do nome do dorama. Ele se refere à armas e máquina de escrever ao mesmo tempo, temas centrais deste dorama. Esta foi uma sacada sensacional que você também encontra na composição da abertura.
Alias, esta belezinha ai em cima se trata de uma submetralhadora Thompson, arma que marcou a década de 20 e 30 nos Estados Unidos. Além de ser o símbolo de poder do crime organizado de Al Capone, a arma foi usada pelo exército americano na segunda guerra mundial. Ela também era chamada de "Tommy Gun" ou de "Chicago Instrument" (pois os mafiosos a carregavam dentro de estojos de violino). Oh, uma versão airsoft desta belezura lá em casa... Mas voltando (de novo)...
Terminando a visão, a mulher diz "A caneta é mais poderosa que a espada, então a máquina de escrever é mais poderosa que a arma... Estou dizendo para você escrever algo bom, não como aqueles livros bobinhos para seduzir mulheres ou visando fortuna e fama, mas uma grande obra".
Esta cena é muito importante ao meu ponto de vista. Embora não aconteça no início da história do passado, é um momento no qual a mulher o instiga a criar uma obra que seja diferença, que seja grande por sí só e que importe.
A visão termina e Han Se Joo tenta comprar a máquina. Na hora o dono se recusa, porém, após alguns acontecimentos inexplicáveis (a máquina escrevendo sozinha para ser enviada ao Han Se Joo), ele acaba enviando ela para o escritor. Quem fica responsável pela entrega? Sim, nossa protagonista Jeon Seol! Que inclusive é a mesma mulher da visão.
Jeon Seol (Im Soo Jung) é uma mulher independente, talentosa e confiante - aqui não há nenhuma donzela em apuros. Era veterinária até que largou o emprego e decidiu trabalhar como faz-tudo por um tempo. Quando mais nova, suas habilidades de tiro eram consideradas a nível olímpico, porém, devido a um "pequeno problema": toda vez que segurava uma arma ela via imagens de sua vida passada. Jeon Seol se considera fã número um do escritor bestseller Han Se Joo e quando descobre que é para ele que tem que entregar uma caixa, fica toda animada.
A relação deles no começo é no mínimo bizarra. Devido uma série de mal entendidos e a personalidade cética do Han Se Joo, ele não gosta e destrata a Jeon Seol várias vezes enquanto ela parece meio que uma maníaca. Se atraem, mas se repelem?
Mas então o senhor todo todo Han Se Joo tem um bloqueio criativo. Sim, o mesmo que ele tirou sarro no começo. Karma, meu bem! O escritor começa a ficar desesperado, tenta de tudo e parece que ele andou escrevendo bêbado... Mas descobre alguém em sua casa escrevendo e enviando para a editora a mesma história que ele tinha na cabeça.
Trata-se de Yoo Jin Oh (Go Kyung Pyo), um escritor fantasma misterioso que passa a "perseguir" Han Se Joo até que este decida o "contratar" de verdade. Ele é gentil, charmoso e engraçado. Gostei muito dele e o apego só vai aumentando.
Acontece que a história que ele resolve escrever não é apenas uma história. É a história deles. De 1930. Porém, nenhum deles lembra tudo sobre o passado. Há várias memórias faltando, principalmente de como tudo "terminou". Eles então vão escrevendo a história conforme vão se lembrando em busca de respostas.
É obvio que os personagens do passado morrem, mas como? E o que eles tiveram que passar até o momento em que tudo acabou?
Honestamente o caminho deles no passado é triste, mas muito lindo. Fala sobre amizade verdadeira, de lealdade, de esperança, de amor e da dura realidade da época em que viviam. Em meio a tanta tragédia e tristeza eles conseguem encontrar beleza nas pequenas coisas e força em suas amizades. Mesmo que não possam amar livremente, nem falar livremente, eles tem esperança.
A atuação foi excepcional e fiquei curiosa para conhecer mais sobre os outros trabalhos destes três. A cenografia também gostei bastante, deu para ver que foi investido tempo e dinheiro. Conseguiu com sucesso nos transportar para o passado.
No final eu chorei horrores. Chorei demais. Sou uma manteiga derretida mesmo. Mas o final foi perfeito, não decepcionou nem um pouco. Foi amor do princípio ao fim.
Onde Assistir Online:
Português: Viki
Espanhol: EstrenoDoramas
A história se passa ao mesmo tempo nos dias atuais e na década de 1930, época da ocupação japonesa na Coréia.
Uma pulada rápida na história: o período colonial japonês na Coréia começou em 29 de agosto de 1910, quando o tratado de anexação Japão-Coréia foi assinado, e durou até 15 de agosto de 1945. Foram 35 anos de sofrimento sob o domínio japonês nos quais os coreanos foram obrigados a adotarem nomes japoneses e proibidos de falarem ou escreverem em coreano. Além disso, eles sofreram violencias extremas em campos de trabalhos forçados e muitas mulheres foram obrigadas a se tornarem escravas sexuais chamadas de "mulheres de conforto". O simples ato de manter um livro escrito em coreano significava arriscar sua vida. Durante este período, os combatentes da independência da Coréia lutaram para conquistar a independência. Foi uma época bastante delicada da história para eles e até hoje ainda remanesce rancores, pois o Japão nunca se desculpou / os compensou oficialmente. Como descendente de japoneses, sempre ouvi meu pai dizer que japoneses e coreanos não se dão bem por causa disso. Não é tão extremo hoje em dia, mas basta estudar um pouco de história para saber que certos rancores não são tão fáceis de se extinguir. Mas voltando ao dorama...
Ele começa com o seguinte discurso de Han Se Joo para uma entrevista nos dias atuais:
"Um escritor não usa apenas a cabeça. Ele usa suas mãos, seus pés e sua bunda para escrever. De vez em quando, para se tornar o personagem em sua obra, ele até usa disfarces. O que ele faz quando fica com bloqueio criativo? Quem sabe? 'Bloqueio criativo é um termo elegante inventado por reclamões para que possam ter um motivo para encherem a cara'. Oh, estas palavras não são minhas e sim de Steve Martin, ator e roteirista. Mas eu concordo completamente".
Sim, Han Se Joo (Yoo Ah In) é esnobe, arrogante, narcisista e excêntrico. Não é todo mundo que olha para o jardim, o acha triste e por isso resolve criar um cervo. Demorei um tempo para perceber que o ator era o mesmo para a versão do passado e do presente. Sério, gente, o que um cabelo não faz!
Ele não é um dos personagens mais agradáveis da vida no começo, mas acho que isso vale para a Jeon Seol também. O apego a eles é construido ao longo dos episódios, quando você passa a entender mais sobre eles.
Enquanto ele está fazendo uma turnê em Chicago graças ao seu último bestseller, ele é atraído por uma máquina de escrever antiga coreana. Só de vê-la, imagens invadem sua mente. Nestas ele está escrevendo naquela mesma máquina de escrever quando uma mulher coloca esta belezinha na mesa:
e pergunta "Sabe qual é o apelido desta arma?". Ele responde "Quem sabe? O que é isto?" e ela explica "Dizem que o som dos tiros é semelhante ao som de uma máquina de escrever, então é chamado de 'Chicago Typewriter'"!!!! Sim!! O coração até bate mais forte quando vemos o nome do filme/série/dorama ser mencionado, é lindo!
Descobrimos então a origem muito bem pensada do nome do dorama. Ele se refere à armas e máquina de escrever ao mesmo tempo, temas centrais deste dorama. Esta foi uma sacada sensacional que você também encontra na composição da abertura.
Alias, esta belezinha ai em cima se trata de uma submetralhadora Thompson, arma que marcou a década de 20 e 30 nos Estados Unidos. Além de ser o símbolo de poder do crime organizado de Al Capone, a arma foi usada pelo exército americano na segunda guerra mundial. Ela também era chamada de "Tommy Gun" ou de "Chicago Instrument" (pois os mafiosos a carregavam dentro de estojos de violino). Oh, uma versão airsoft desta belezura lá em casa... Mas voltando (de novo)...
Terminando a visão, a mulher diz "A caneta é mais poderosa que a espada, então a máquina de escrever é mais poderosa que a arma... Estou dizendo para você escrever algo bom, não como aqueles livros bobinhos para seduzir mulheres ou visando fortuna e fama, mas uma grande obra".
Esta cena é muito importante ao meu ponto de vista. Embora não aconteça no início da história do passado, é um momento no qual a mulher o instiga a criar uma obra que seja diferença, que seja grande por sí só e que importe.
A visão termina e Han Se Joo tenta comprar a máquina. Na hora o dono se recusa, porém, após alguns acontecimentos inexplicáveis (a máquina escrevendo sozinha para ser enviada ao Han Se Joo), ele acaba enviando ela para o escritor. Quem fica responsável pela entrega? Sim, nossa protagonista Jeon Seol! Que inclusive é a mesma mulher da visão.
Jeon Seol (Im Soo Jung) é uma mulher independente, talentosa e confiante - aqui não há nenhuma donzela em apuros. Era veterinária até que largou o emprego e decidiu trabalhar como faz-tudo por um tempo. Quando mais nova, suas habilidades de tiro eram consideradas a nível olímpico, porém, devido a um "pequeno problema": toda vez que segurava uma arma ela via imagens de sua vida passada. Jeon Seol se considera fã número um do escritor bestseller Han Se Joo e quando descobre que é para ele que tem que entregar uma caixa, fica toda animada.
A relação deles no começo é no mínimo bizarra. Devido uma série de mal entendidos e a personalidade cética do Han Se Joo, ele não gosta e destrata a Jeon Seol várias vezes enquanto ela parece meio que uma maníaca. Se atraem, mas se repelem?
Mas então o senhor todo todo Han Se Joo tem um bloqueio criativo. Sim, o mesmo que ele tirou sarro no começo. Karma, meu bem! O escritor começa a ficar desesperado, tenta de tudo e parece que ele andou escrevendo bêbado... Mas descobre alguém em sua casa escrevendo e enviando para a editora a mesma história que ele tinha na cabeça.
Trata-se de Yoo Jin Oh (Go Kyung Pyo), um escritor fantasma misterioso que passa a "perseguir" Han Se Joo até que este decida o "contratar" de verdade. Ele é gentil, charmoso e engraçado. Gostei muito dele e o apego só vai aumentando.
Acontece que a história que ele resolve escrever não é apenas uma história. É a história deles. De 1930. Porém, nenhum deles lembra tudo sobre o passado. Há várias memórias faltando, principalmente de como tudo "terminou". Eles então vão escrevendo a história conforme vão se lembrando em busca de respostas.
É obvio que os personagens do passado morrem, mas como? E o que eles tiveram que passar até o momento em que tudo acabou?
Honestamente o caminho deles no passado é triste, mas muito lindo. Fala sobre amizade verdadeira, de lealdade, de esperança, de amor e da dura realidade da época em que viviam. Em meio a tanta tragédia e tristeza eles conseguem encontrar beleza nas pequenas coisas e força em suas amizades. Mesmo que não possam amar livremente, nem falar livremente, eles tem esperança.
A atuação foi excepcional e fiquei curiosa para conhecer mais sobre os outros trabalhos destes três. A cenografia também gostei bastante, deu para ver que foi investido tempo e dinheiro. Conseguiu com sucesso nos transportar para o passado.
No final eu chorei horrores. Chorei demais. Sou uma manteiga derretida mesmo. Mas o final foi perfeito, não decepcionou nem um pouco. Foi amor do princípio ao fim.
Onde Assistir Online:
Português: Viki
Espanhol: EstrenoDoramas
Enjoy!